Ora pois ontem fomos jantar fora: o sítio - Museu dos Presuntos; o motivo - chamaram-lhe "Jantar de Natal", mas bem podia ter sido de Páscoa ou de Pentecostes, ia dar ao mesmo; a hora - 21:30.
Como já é habito, à hora marcada ainda não tinha chegado ninguém excepto o staff da organização. E logo por aí se viu que havia de ser uma noite memorável. Chegados à porta, fomos logo barrados - "Têm de escolher o prato antes de entrar" ...oi???? Cena estranha. Geralmente a gente entra, senta, mira o prato dos outros ("aquele arroz de pato até tem bom aspecto") e só depois escolhe. Lá não é assim. Mas geralmente os restaurantes também não se costumam intitular Museus, nem ter marcos de correio no interior, nem ter porcos assados inteiros pendurados nas paredes. Vai daí, a gente até nem achou aquilo anormal de todo. Siga então, manda vir um fondue. Entramos, mandamos vir umas quantas sangrias, moelas, presunto, chouriço, jaquinzinhos, orelheira, e mais umas quantas coisinhas ligeiras para ir acamando o bucho. Os pratos nunca mais vinham e, sangria puxa sangria, eis senão quando surge uma quastão pertinente: "Gambas é carne ou peixe?" Confiamos a uma equipa de biólogos e nutricionistas a tarefa de deslindar o mistério, mas não se chegou a nenhuma conclusão porque o arroz de gambas afinal só tinha banana e camarões. Foi então que se ouviu declarar que as velas, pela frente, aquecem, enquanto alguém se desculpava por só ter um par de lábios... mas enfim, piadas privadas à parte, chegam os pratos. Põem uma brasa junto a outra, porque afinal o tal fondue era um grelhado. O arroz de gambas não as tinha, e o bacalhau veio com as natas directamente da salmoura. Valeu a sangria que até nem estava má - 8 jarras para 8 pessoas, sendo que uma bebeu água. Números redondos, boa média.
E assim foi mais um jantar da turma. Podemos começar a pensar já no próximo daqui a um mês, em honra dos Reis Magos ou doutra coisa qualquer, desde que haja sangria.